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domingo, 28 de septiembre de 2014

Porque a oferta do Grupo Angeles é a melhor proposta na OPA à Espírito Santo Saúde?


Simplesmente porque as ofertas concorrentes tanto dos brasileiros da AMIL (Hospitais Privados Portugueses), como dos chineses FOSUN (donos dos seguros Fidelidade, Multicare e Cares) não acrescentam aparentemente nada à empresa além de um negócio de compra-venda e com perspectivas a longo prazo pouco objectivos.

O Grupo Angeles, além de uma excelente condição económica, salvaguarda a continuidade do crescimento da empresa, expõe Portugal a um mercado prometedor, o México. Que assim poderia ter uma oferta na área da saúde para um segmento de mercado mais exigente, como são os mexicanos que vão a Houston (EUA) procurar cuidados médicos muito mais dispendiosos do que poderiam encontram, por exemplo, em Portugal. O impacto económico para Portugal seria como de esperar enorme, já que existe um segmento de mexicanos que poderiam estar interessados em obter os seus cuidados médicos em Portugal, nos hospitais portugueses do Grupo Angeles. Gerando enormes sinergias desde todos os pontos de vista.
O Grupo Angeles é de origem galego e Olegario Vázquez Raña, dirige uma empresa familiar mexicana de nova geração, que reproduz valores de gestão que transmitem integridade e crescimento.
Infelizmente em Portugal as autoridades pouco sabem do México, caindo em demagogias, gerando alguma cegueira intelectual ao que significa realmente o México. E que hoje em dia faz parte do quotidiano dos portugueses com empresas como a Nobre e Campofrio, a Bimbo, a participação mexicana na Heineken, que é dona da cerveja Sagres, a TVI (Media Capital) activo da empresa espanhola Prisa tem também participação mexicana, praticamente a maioria dos movimentos feitos por intermediação de Espanha. Igualmente e fruto de uma geração criativa e empreendedora mexicana a Kidzania em Lisboa.
Seria este o momento para Portugal ter exposição a um país que cada vez mais assume uma postura de investidor estrangeiro e temos a experiência em Espanha dos investimentos mexicanos. Desde os cimentos aos estaleiros navais, banca e petróleo. México é um novo player que poderá apresentar-se em Portugal de uma forma directa.
Tendo presente a pujança económica mexicana, devemos ter em conta que um 10% da população mexicana tem um poder de compra alto ou muito alto e significando em termos residuais cerca 12 milhões de habitantes. E termos práticos isto traduz, exemplificando, para a vizinha Espanha o maior emissor de turistas para a Comunidade de Madrid com um gasto médio diário superior aos turistas nórdicos comparativamente.
Nesta possível nova relação pode marcar um novo marco na relação dos dois países, que este ano comemoram 150 anos de relações diplomáticas, também, a boa recepção que as empresas portuguesas têm no México como é caso da Mota-Engil, Logoplaste, Grupo Lena entre muitos outros bons exemplos.
Faltam ainda mais medidas estruturantes entre os dois países como é o caso de um voo directo entre Portugal e a Cidade do México e acordos na área da Segurança Social, acordos potenciais entre os dois países na área da Educação Superior. Quem conhece o México pode percepcionar que efectivamente é um país fascinante e com surpreendentes semelhanças culturais a Portugal.

Vitor Pinto da Cruz
Mestre em Cultura, Sociedade e Desenvolvimento da América Latina

vitorpintocruz@gmail.com

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