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lunes, 3 de marzo de 2014

Um exemplo de jornalismo falacioso (sobre o México)

Parece-me absolutamente pouco ético que um jornal com prestigio na esfera económica portuguesa, tente descrever uma realidade que continua a ser tratada de forma "amadora" e não questione as afirmações que alguns fazem.

A começar pelo facto que no México vivem 200 mil portugueses o que é absolutamente mentira, no México a comunidade portuguesa não é muito maior que os 2000 portugueses. Os dados mais fiáveis e que são actualizados todos os anos são os dados fornecidos pelo INEGI (Instituto de Estatística mexicano) e o INM (Instituto Nacional de Imigração mexicano).

Outra referência que se faz ao país é uma suposta falta de talento em diferentes áreas técnicas que no mínimo estão mal referenciados. A título de exemplo áreas como a Automóvel, o México é já o 5° maior construtor automóvel do mundo e estes resultados não se obtêm com falta de talento. Outro aspecto referido é o cliché da segurança no México. Devemos ter em atenção que a zona metropolitana (Vale do México) da Cidade do México e Estados que colidem com a capital, alberga cerca de 26 milhões de pessoas e é verdade que tanta gente gera conflitos e problemas, mas não podemos generalizar ao ponto de dizer que se apanhamos um táxi na rua somos vítimas de um "micro rapto", termo que não existe, o que possivelmente a jornalista ou um dos entrevistados se queria referir seria a "sequestro expresso". Obviamente que existem tips de segurança que os mexicanos e residentes estrangeiros sabem que devem seguir ao tomarem transporte público.

Outro tema que é referido é facto de a obtenção de vistos ser extremamente fácil, o que é uma falácia, inclusivamente parece que nenhum dos entrevistados tem um visto além de os 3 meses de turista que é obtido chegados ao México. As regras de imigração no México são exigentes, pelos casos dos portugueses que conheço que residem e trabalham legalmente no país, não parece ser um processo que possamos classificar de "fácil" pelos requerimentos que são solicitados.

Como português sinto-me envergonhado que um jornal do meu país trate ao país que me acolhe, no qual vivo e trabalho, de uma forma tão grosseira e pouco ética. Ao nem sequer questionarem os dados fornecidos por de alguém que fala deste país de uma forma tão pouco assertiva.

Felizmente que a opinião vertida no Diário Económico não é a opinião e a experiência das maioria dos portugueses que residimos no México. E nem queremos alimentar o imaginário demagógico sobre a criminalidade neste país.

Aqui lhes deixo o link para o referido artigo:
http://economico.sapo.pt/noticias/conheca-as-oportunidades-de-emprego-no-mercado-mexicano_188354.html